A Síndrome de Tourette é uma condição neuropsiquiátrica, na qual a pessoa exibe variados tiques motores e vocais. Durante o fim de semana de abertura do aguardado Vingadores: Ultimato, a jovem de 15 anos Emily Womack foi com seus pais assistir ao filme. Ela é portadora da síndrome em questão. Por isso, o cinema pediu para que ela saísse da sessão por conta de reclamações de clientes acerca dos tiques da garota.
A situação fez Womack se pronunciar através de um vídeo do Facebook. Segundo ela, o filme ainda não havia começado, e ela estava aproveitando os trailers para liberar os tiques. Desta maneira, quando o longa se iniciasse de fato, ela conseguiria contê-los de maneira mais efetiva, sem estragar a experiência alheia.
“Hoje fui ver Vingadores: Ultimato com minha mãe e meu pai […] Eles queriam me levar pois sabem que quero ver o filme desde Guerra Infinita, já que novamente, eu amo a Marvel, e também queria saber o que aconteceu com Peter Parker porque eu o amo.”
Womack continua:
“Eu tenho a habilidade de suprimir meus tiques. Eu grito e me mexo bastante e pisco meus olhos e coisas assim, mas consigo segurar isso quando necessário, só que machuca, especialmente em longos períodos de tempo, então, se eu não preciso me conter eu nem tento. Um filme tipo Vingadores é geralmente duas ou três horas e para conseguir assistir ao filme eu estava liberando meus tiques antes dele começar, nas prévias para que durante o filme eu não tivesse tiques, já que eu gosto de curtir o filme também. Não quero gritar. Entendo que seria difícil assistir um filme dessa maneira.”
A garota explicou então que a equipe do cinema pediu para ela se retirar:
“O gerente do cinema veio e deu um tapinha nos ombros da minha mãe e eles estavam tipo, ‘ei, vem falar comigo.’ Eles contaram aos meus pais que pessoas estavam reclamando sobre mim. O filme não tinha começado. Estavam passando comerciais de tipo cuecas e coisas assim. Eu acho que eles pediram se podíamos sair e se nós não saíssemos então todos que reclamaram, eles teriam que dar às pessoas ingressos gratuitos se eu não saísse.”
Segundo a jovem, foi complicado lidar com a carga de julgamento alheio, sendo que ela não teve a chance de se expressar acerca do ocorrido.
“Eu entendo, eu simplesmente, eu entendo que durante um filme pessoas não querem ouvir meus tiques desse jeito, mas eu queria ter tido uma chance antes deles pedirem pra eu ir embora do cinema. Eu automaticamente fico mais envergonhada e me sinto tão julgada quando pessoas ficam tipo, ‘beleza, queremos que você vá embora.’ O filme nem havia começado ainda. Estavam anunciando cuecas na tela. Isso machuca, e então eles não me querem ali, então tudo bem, não me sinto mais confortável num cinema onde todos estão tipo ‘por que ela está aqui, e meu Tourette automaticamente piora quando me chamam atenção para ele e quando estou desconfortável, então eu apreciaria se no futuro alguém pudesse falar comigo ou com meus pais antes de irem até a gerência do cinema ou se o gerente pudesse esperar até o filme começar. Eu não faria isso durante o filme. Consigo suprimir isso. Não consegui nem ver um filme. Não vi um segundo antes deles pedirem para eu ir embora, e eu estive esperando por este filme.”
Confira o depoimento de Womack abaixo:
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